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É mais prodigo o Sol, são nesta Classe
Seus dons mais numerosos, mais duraveis:
Não se despem as arvores; as flores
Umas ás outras cedem; sempre verdes
Ornam seus ramos os jardins, os campos.

A Fabula suppoz que nesses sitios
Onde o forte Athelante acarretava (24)

Os Ceos aos hombros, um jardim lá tinha
Em que eram d'ouro os pommos; onde os troncos
De folhas d'esmeraldas se vestiam;

E que as flores, de perolas formadas,
Perpetuamente aromas exhalavam.
Taes aos olhos do ignaro se figuram
Em Portugal frondosas Larangeiras.

Tu, Saudade ferina, que me crias Tantas lembranças da passada gloria, Esses sonhos me troca n'outros sonhos. Leva-me acima do rochedo hirsuto

De donde desce a limpida cascata

Que em Cintra dos Pisões conserva o nome.
Alli respirarei doces aromas:

Em turbilhão, da flor das Larangeiras

Virão saudar-me effluvios deleitosos.

Verei dalli de Penha-verde os bosques, (25)

Que monumento são do immortal Castro.
Aquelle coração, que alli se guarda,
Aquella barba honrada, penhor nobre
Do amor da patria e gloria, não responde
Pelo metal que obteve, mas da honra
Que reside nas almas Portuguezas.

Sede pois testemunhas do meu fado, Manes do Heroe! que os versos meus invocam: Vosso sorriso basta a meus desejos; Em quanto a tenebrosa intriga esconde A luz com que a Verdade me decora. E vós outros, mortaes degenerados, Homens que aos tigres invejais fereza! Que mal vos fazem numeros cadentes?

<«< Eis-aqui (dizeis vós) essa inimiga
Que ao som da lyra os crimes afugenta;
Que a verdade revela, e do futuro
Com presaga razão affasta os damnos. >>

Assim cantava Orpheo, quando as Bacchantes, Sem deixar-se mover da melodia,

Com seus discordes gritos o calaram,

Ensopando em seu sangue irados thyrsos.

« Vinguemos pois Orpheo» dizem os homens.

Nisto, qual bando d'aves furiosas
Que, de Minerva o passaro avistando,
Todas se assomam, todas o espicaçam,
Assim estes sem dó Alcippe affligem.

Fracos mortaes, sabei que vos não temo. Se o meu despojo as ondas recolherem, E do Hebro seguir o exemplo o Thames, (26) Suaves notas sobre a argentea lympha

Meus labios cantarão alem da morte.

Já do Latino Cysne (+) os vaticinios (*) Ovidio.

TOMO IV.

6

Já se cumpriram, sim: co' as alvas plumas
O Bosphoro passou, e da Getulia

A quente area atravessou vaidoso.
Com pasmo Boreas o acolheo no Norte,
O Hebro, o Rheno ouviram seus accentos.

O Tejo ingrato, sacudindo os limos,
Quando eu voltar, em Cysne transformada,
A cabeça erguerá; e soluçando,

Chorará por quem já chorou saudoso; (**)
Bradará por Alcippe, porêm tarde.

(**) Almeidas, por quem sempre o Tejo chora, disse Camões.

ARGUMENTO DO V. CANTO.

TRANSIÇÃO do Estio para o Outono — Entrada do Sol

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no signo de Libra em Settembro - Sonho - Realidade-A Syngenesia-O Malmequer O Taraxaco - Flores flosculosas-A Polygamia O Tragopogon — A Escorcioneira -O Cardo A Serratula-O Eupatorio-As Flores radiadas A Frustranea - O Gira-sol-Episodio da metamorphose de Leocothoe e Clycia A Polygamia necessaria-A Polygamia segregata A Viola — A Artemisia e a Perpetua — A Balsamina-O Crysanthemo-A Achilléa-A GynandriaAs Orchis -As Borboletas-Os Martyrios-Vista do jardim de Brandebourg-house, á tarde - A classe Monoecia - A Dioecia A Calamaria - As Typhas -O Sparganeo-O Milho -Allocução aos campinos d'Almeirim — A Polyandria, os Carvalhos, e os Platanos As Amoreiras-O Pinheiro - O Cypreste A Nogueira -Allusão a Ricardo Raymundo Nogueira -O Amarantho- A Sagittaria Convite ás Nymphas

para explorarem as flores da classe Polygamia -- A Sensitiva.

TOMO IV.

6 *

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