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Sobre o geranio enviam densa nevoa :
As flores morrem; toda a folha encrespa,
Pela saraiva espessa maltrattada.

Agouro inutil! Viriato nobre

Dos Deoses nem dos homens desconfia:

A sensivel Arminia é só quem teme...

Deoses! por que razão almas vulgares,
Desconfiando, escapam dos perigos,
Quando victimas são da confiança
Os que a Virtude franca anima e guia?...

Tratta-se a paz: os tres Embaixadores Que ao campo dos Romanos se encaminham, Falsos amigos, emulos ingratos,

Tramam com Scipio do seu Chefe a morte: (10) E lá vence a Romana perfidía

Quem não poude vencer Romana espada.

Do campo voltam com fingida magoa,
Não alcançando as condições propostas.
Viriato os consola, os tranquillisa;
Em penhor d'amizade os tres abraça,
E futuros triumphos lhes promette.
Vão-se... que as sombras um signal sinistro
Dão já do crime horrivel que preparam.

A noite desce negra e taciturna; No campo impera lugubre silencio: O somno quasi vence as sentinellas; E na tenda do heroe apenas se ouve Tranquillo resonar o pae da patria. A traição só vigia... Aulaces entra:

Mais que as Furias do Averno temerarios,
Seus complices o seguem... e atrevidos,
Ás punhaladas Viriato matam.

A patria geme, os Deoses accusando...
Bem como quando nos cavados mares
Uma borrasca as ondas encapella,
E que os salgados montes d'agua lança
Contra nuvens funestas, ou que mostra
Com estrondoso horror no mar aberto
As terrificas grutas de Neptuno;
O povo accumulado a tenda cerca,
O povo assim choroso o ar atroa,

Pede vingança aos Ceos... os Ceos não ouvem.

Cobre de lucto Amor o Gnideo templo:
Arminia... Arminia, que mil vezes morre
Sem cessar de durar, as Furias pasma
Co' a dor que excede quanto inferno abrange.
Tudo é morte em seu peito, é tudo lucto...
Só vive a raiva contra Roma... origem
Das traições que extinguiram Viriato.

E em quanto della as Parcas se descuidam,
Dos perfidos humanos se desvia,

Qual ave que se esconde entre ruinas,

Qual Niobe, que a dor desfaz em pranto. (11)

Fatal Geranio! monumento infausto

Do caso acerbo! Clio lacrimosa (12)
Aos subsequentes seculos o diga...

Silencio, magoas! Natureza indica Menos rude vereda ao pensamento.

De gentis borboletas cobre o campo, (13)
E da Diadelphia o throno se levanta (14)
Sobre quatro pilares magestosos.

São quatro as ordens; nestas distinguimos
Opulentas nações, generos varios,
Especies ou familias numerosas

Que enriquecem a terra, e os seres fartam.

Como n'um vasto imperio, nesta Classe, No primeiro jardim, ordem pentandria, Reina um genero, qual real linhagem. No segundo só dois, rara nobreza, Qual deve ser no Estado, se se entende Quanto custa a ser nobre, e quanto vale.

Muitos generos ha nas outras ordens,
Familias, individuos, cujas graças
Com deleite a sylvestre Musa observa.

Desta tribu a estructura curiosa,
A fructificação e seus progressos
Desde que aponta até que amadurece,
Do Creador os sabios fins revela.

De um calix monophyllo as cinco pontas São defeza das pétalas e encosto: (15) A pétala maior, como estandarte, Sobre as outras mais curtas predomina, E da furia do vento e chuva as guarda: São como as azas duas que protegem A carina que é cofre de thesouros Que dentro della encerra a Natureza. Em fraternal congresso, nesta occultos,

Os estames o germe acompanhando,

Em dois corpos sómente se separam:
Um, que amoroso abraça o tenro fructo,
Outro, que o segue quando medra e cresce.

Taes são da Diadelphia as lindas filhas. Quantas paixões e dotes seu aspecto Annunciam tambem! Doceis, ligeiras, As costas voltam contra ousados ventos. Não são como essas desenvoltas nymphas Que a face altiva mostram porque é bella: A frente amavel para a terra inclinam; Modestas, de si mesmas se não fiam: Amorosa gavinha as entrelaça (16) Com mais robustas plantas que as protegem.

Nos jardins que revestem tudo é gala: São cachos, são umbrellas, são corymbos, (17) São borboletas matizadas, lindas:

Umas teem felpa, as outras despojadas

Deste ornamento bello, o prado adornam.

Quantos legumes saborosos cobre Uma silica branda! Com que graça Verde e branco o faval recrea a vista! Como a luzerna, que viçosa cresce,

D'esmeraldas os campos alcatifa!

Quantas mais com profusos dons contentam
Homens, aves, quadrupedes, insectos!
As artes, a saude, a economia,
Implorando os auxilios desta Classe,
Sem as plantas que prodiga concede
Talvez parcos triumphos obteriam.

Da Polyadelphia as arvores pomposas, (18) Perpetuamente verdes, versos chamam.

Na flor se erigem corpos numerosos
De aggregados estames, que a distinguem
Assim da Classe bella que a precede,
Igualando-a no numero das ordens.

Quaes molhos, quaes pinceis são os estames
Quem nesta forma a Classe determinam.

Lá onde em lutta geme o Novo-mundo,
No Nicaragua e Mexico prospera
Essa arvore benigna de que o fructo (19)
Em sombrio liquor arte converte.

Seu cheiro unido aos Indicos aromas

As matutinas mesas embalsema.

Seves empenha as artes, o desenho, (20)

O colorido sobre, a lactea terra

Que em seu concavo seio ha de guardá-lo.
Explotando incançavel as ruinas

Da estragada Herculaneo ou de Pompeia, (21)
O antiquario exhume as formas bellas

Que modelo hão de ser da taça rica.
Sae da fabrica augusta esse prodigio

Digno das mãos d'Hebéa, então só digno (22)
De conter o liquor americano.

Caracas! patria delle: ah! não, não luttes. (23) Cultiva as plantas, teu commercio cuida: As estranhas paixões do seio arranca, Qual herva má que as boas prejudica: Não desdenhes o chão que o Sol protege, Onde em triumpho a Polyadelphia reina.

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