Графични страници
PDF файл
ePub

Descance o pensamento neste objecto,
Té que aponte de novo a madrugada,
E frescas as idéas como as flores
Nas hortas achem novo assumpto e premio.

O rustico hortelão, apenas doura
Os frisos do Oriente o Sol nascendo,
O terreno fecundo temperando,
Em canteiros diversos o reparte;
O berço das cruciferas prepara, (25)
E da Tetradynamia o templo erige. (26)

Quatro estames mais altos é que fundam
Desta Classe o caracter; dois mais curtos,
E com elles da Hexandria se distingue: (27)
Um pericarpio o grão fragil protege,

E a silicula guarda seus thesouros.
N'outro a silica os fructos accumula
Que preparou fecunda a Natureza
Para pasto e soccorro de outros seres.

Mal póde a Musa celebrar herbaceas Que em manjar modifica habil artista : Os seus nomes communs do verso expulsam Essas que o paladar com gosto applaude. Porêm muitos, que presam tanto a gula, Com libações á mesa, como em templo, Honrarão da hortaliça os dotes raros; Em quanto só de Goivos tecer quero Uma grinalda, que te off'reço, ó Flora.

Não desfigura o Thlaspi a poesia; (28) As Brassicas gentis são dignas della: (29)

TOMO IV.

5

Util Sisymbro! tu, que o lustre augmentas (30)
Das perolas que enfeitam roseas boccas,
Prospera junto ás margens do ribeiro.

Porêm o Sol mergulha os raios n'agua;
A Noite desce; è tempo de descanço :
Este suspenda a exploração das flores,
E dê tregoas tambem a meus cuidados.

ARGUMENTO DO IV. CANTO.

RISTEZA-Consolação-A Monadelphia-O GeranioEpisodio de Viriato e Arminia - A Diadelphia, e as Borboletas - A Polyadelphia-O Cacoeiro-Allusão ao Jardim das Hesperides - As Larangeiras de Portugal - Apostrophe á Saudade, relativa a Cintra- Allusão a D. João de CastroDesafogo.

TOMO IV.

5 *

CANTO IV.

A memoria de mim trago perdida;

Muitas vezes me busco, não me vejo;

Minha alma de mim mesmo anda esquecida.

Ferreira.

LOGO

que a Aurora aponta no Oriente,

E tinge o mar co' as matutinas rosas,
O Somno, que meus olhos mal surpr’ende,
Qual timida andorinha bate as azas,
Foge, e me deixa entregue a meus cuidados.
Da tristeza o podêr me opprime e abafa;
Colloca-me nas trevas como os mortos...
Dos dias, que me fogem como sombras,
Sinto o peso sómente, a luz me falta.

Ó Deos! cujo trovão atroa os ares;
Cujo throno está fixo alem dos Astros:
Supremo, unico Deos illimitado!

Desta humilde mortal os passos guia:
Neutralisa os pezares que me cercam
C'o ardor de investigar a Natureza.

Té 'gora independentes os estames Em uma flor as Classes demonstravam:

« ПредишнаНапред »