ODE. (1) A instabilidade. São breves nimiamente os nossos dias, Curto é o termo fatal que nos illude Repara como Phebo despedido Vem lá desde o nascente, vem rolando, Com seu magico sceptro acena e chama N'um ponto envolve a scena variada. Assim tambem se apressa, Ninguem revoga o dia moribundo; Nem a corrente area do clypsidro, Gira a palida morte distrahida Da fugitiva idade gasta as forças; Que abre a Eternidade, (1) No autographo da auctora acha-se esta peça titulada assim: Ode de D..,A instabilidade - Traduzida do allemão. Ao Conde de Donhoff. Que apaga pouco a pouco ós monumentos, Já nas ermas ruinas dos palacios Por entre as columnatas devastadas, Mortifera ninhada. Nas ardentes areas, que não trilha Os desertos atroa com rugidos Lá foi Memphis um dia!... Lá Carthago surgio, altiva e fera, D'entre as salgadas ondas, como o cedro Que contra os ceos s'eleva d'entre arbustos, Os troncos lhe desfolhe; Té que o raio atrevido o desarreigue, Assim passareis vós!... Tu, alta Roma, Lutecia corrompida e tormentosa!.... Do Atlantico mar dominadora!... Já debaixo de ti tremeo o abysmo, Os insepultos corpos, as ruinas Dos templos, dos palacios derrubados, Mas qu'importa? marmoreos edificios Do suberbo Oceano te obedece ; D'aromas e de oiro: No mais puro cristal nectareos vinhos As citaras, as flautas, concordando Rompem pelos salões illuminados, Assim prepara a surda calmaria As iradas borrascas que ameaçam... Até que o grande Jupiter acene, Té que um fogo sombrio e devorante, |